O poder da sociedade na #COP15

A Conferência do Clima (COP15) terminou em fracasso. Sim, infelizmente os líderes mundiais não cumpriram seu papel fundamental de proteger os mais vulneráveis dos efeitos perigosos das mudanças climáticas. Não chegaram a um acordo decente para controlar o aquecimento global. E ainda deixaram Copenhague antes do fim da reunião, sem assumir publicamente sua própria incapacidade.

©Christian Åslund/Greenpeace

©Christian Åslund/Greenpeace

Ao mesmo tempo, a COP15 foi um sucesso, uma imensa demonstração da força da sociedade civil.

A sociedade, como um todo, se organizou e pediu a seus representantes que se esforçassem mais para lidar com a crise climática. Sem essa força, dificilmente eles teriam ao menos se abalado até a Dinamarca, em pleno inverno. Sem esse trabalho, a ida deles poderia se maquiada como comprometimento - o que foi impedido. Sem essa pressão, as metas de redução de emissão dos países em desenvolvimento, como o Brasil, não existiriam.

Não é fácil. Os grupos sociais que foram até Copenhague sentiram na pele as dificuldades, com restrição à entrada no local onde aconteciam as reunião e com truculência policial, que invocou a lei antiterror durante a COP. Diversos ativistas foram detidos. Alguns continuam presos.

Quem colaborou à distância, assinando petições, mandando recados, repercutindo os absurdos e acompanhando de perto o assunto descobriu o quanto pode ser frustrante ver a política e a economia tomarem de refém o futuro da humanidade.

Principalmente nos momentos de desânimo, devemos lembrar que temos de seguir em frente. Não apenas com marchas nas ruas (e sim, elas também são importantes), mas engajando o setor privado, os governos locais e as outras pessoas para transformar nossa comunidade e criar mais pressão nos nossos governantes.

Afinal, não podemos mudar a ciência para se adequar ao pouco avanço da COP. Mas sempre podemos mudar os políticos.

O Lula nos ouviu e cobrou. O Obama, deve ser surdo.

- Eu tenho a honra de chamar o presidente d…

(Interrupção. Uma pessoa fala algo no ouvido do Primeiro-Ministro Rasmunssen, que coordenava a reunião)

- Desculpe, uma pequena mudança. Tenho a honra de chamar o Presidente do Brasil.

O quê? O Lula vai falar de novo? Deve ser importante. E lá fomos nós, correndo para frente de uma tevê, prestar atenção no discurso.

- Estou frustado, começa o presidente.

E assim foi, destrinchando sua [nossa] frustração com os países desenvolvidos, de improviso, sem discurso pronto.

- Ontem, participei de uma reunião com os políticos mais importantes do mundo, mas não sei se deveria ter ido. Me lembrou dos tempos de sindicalista, quando tinha que discutir com os chefes…

A reunião a que ele se referia era a reunião onde diversos chefes de estado e de delegação tentavam negociar alguma coisa palpável para assinar aqui em Copenhague.

- Não é tudo sobre dinheiro, continuou. Ele não resolveu nada no passado, nem no presente e não resolverá no futuro. Os países tem que se comprometer com metas, e não ficar barganhando os números em portas fechadas. Se precisar, o Brasil esta disposto a se comprometer em por dinheiro na mesa. (UAU)

Lula continuou. - Queria poder assinar o acordo mais perfeito aqui [nós também], mas se não der, não iremos assinar qualquer coisa.

Logo depois dele veio o Obama (que era quem o Rasmunssen estava prestes a chamar antes).

E com o Obama veio o posicionamento de chefinho..

- Os Estados Unidos já fez a sua escolha. Agora é hora para que todas as nações do mundo se unam para enfrentar as mudanças do clima. (sugerindo que elas se unam à posição americana, obviamente).

Só esqueceram de dizer para eles que todas as OUTRAS nações do mundo já se uniram em torno de uma das propostas mais sérias que foi colocada na mesa nestas duas semanas, MENOS os Estados Unidos, que a dilapidaram como se houvesse petróleo escondido dentro dela.

Em seu discurso, Lula não falou por si só. Falou pelos países em desenvolvimento. Principalmente os grandes. Disse que o Brasil se compromete a passar de receptor a doador de recursos se sairmos de Copenhague com um bom acordo. Demonstrou que os países em desenvolvimento tem flexibilidade e disposição para negociar. Disse que ricos e pobres tem que trabalhar juntos para chegar a um acordo.

Juntos.

Durante todo este ano, cobramos ações do presidente Lula em relação ao clima. Cobramos que ele viesse para Copenhague. Sugerimos que o Brasil tivesse uma meta e, mais recentemente, que se comprometesse com apoio financeiro para os mais pobres.

Em seu discurso, o presidente deixou claro que ouviu as demandas do Greenpeace e da sociedade civil. Ao fazer isso, assumiu uma postura de liderança e proatividade que lhe renderam elogios e que podem ajudar a mudar o rumo das negociações.

Em uma conversa de corredor, ouvi um ministro de algum país dizer para um jornalista:

- Esse presidente Lula, do Brasil, é o herói do dia.

Em frente a todos os outros, Lula fez o correto. Agora, ele tem que convencer os outros chefes de Estado a deixarem suas diferenças e mesquinharias de lado para o bem comum.

Ainda temos esperança. Apesar de estar no fim, o jogo não acabou. Todos sabem o que tem que fazer. Só falta o essencial. Fazer.

Projeto de Lei do Floresta Zero não entra em votação

O deputado Marcos Montes (DEM-MG) encerrou agora a pouco a sessão da Comissnao de Meio Ambiente da Câmara sem colocar em votação o projeto de lei 6424, cujo conteúdo é tão anti-árvores que ele ganhou o apelido de Floresta Zero. Montes disse que ao nnao colocar o 6424 na pauta da Comissão, não cedeu à nenhuma pressão. Então fica combinado assim:

O que diz o projeto de lei – O texto redigido por Marcos Montes anistia os desmatadores de todos os crimes ambientais até 2001. Ou seja, revoga a legislação florestal, livrando os desmatadores das multas e das obrigações legais de recuperação, compensação ou regeneração das áreas desmatadas.

O projeto de lei também quer reduzir a Amazônia Legal em 1 milhão de quilômetros quadrados. Hoje ela corresponde a 5,2 milhões de quilômetros quadrados. Se o projeto de lei for aprovado, essa área cai para 4,1 milhões de quilômetros quadrados. O que implica dizer que os proprietários que hoje têm de manter uma reserva legal em 35%, com a manobra terão de manter apenas 20%.

Mancada da Dilma em Copenhagen

E a maquiagem verde da ministra derreteu.
“O meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável e isso significa que é uma ameaça para o futuro do nosso planeta e dos nossos países”
Vejam no video:




E você já ligou?

O deputado Marcos Montes (DEM-MG), membro da bancada da motosserra na Câmara, manobra para por em votação na Comissão de Meio Ambiente na quarta-feira (15/12) o projeto de lei 6424, apelidado de Floresta Zero, que flexibiliza o Código Florestal e  contribui para aumentar o desmatamento no país. 
Mas ainda é tempo de fazer algo para impedir esse desastre. Ligue para o deputado Rodrigo Maia, que é presidente do partido do Marcos Montes e se diz contrário ao desmatamento, e diga a ele para não deixar seu partido colocar o PL 6424 em votação. 
Os números são:
(61) 3215-5308 - Gabinete do deputado na Câmara
(61) 3311-4305 - Diretório Nacional do Democratas - Presidência
(21) 3269-7260 - Escritório político do deputado Rodrigo Maia
Mande também um e-mail para o deputado: dep.rodrigomaia@camara.gov.br oudemocratas25@democratas.org.br ou um tweet para @deprodrigomaia
O que diz o projeto de lei – O texto redigido por Marcos Montes anistia os desmatadores de todos os crimes ambientais até 2001. Ou seja, revoga a legislação florestal, livrando os desmatadores das multas e das obrigações legais de recuperação, compensação ou regeneração das áreas desmatadas.  
O projeto de lei também quer reduzir a Amazônia Legal em 1 milhão de quilômetros quadrados. Hoje ela corresponde a 5,2 milhões de quilômetros quadrados. Se o projeto de lei for aprovado, essa área cai para 4,1 milhões de quilômetros quadrados. O que implica dizer que os proprietários que hoje têm de manter uma reserva legal em 35%, com a manobra terão de manter apenas 20%.
Só com essa cartada uma área equivalente a 150 mil quilômetros quadrados – mais de 3 vezes a área do Estado do Rio de Janeiro - fica liberada para desmatamento. O PL prevê também a redução da área de reserva legal na Amazônia de 80% para 50% e libera a plantação de exótica na metade da área a ser recuperada.
“Esse projeto de lei mostra a verdadeira intenção dos setores mais atrasados da bancada ruralista: acabar com as florestas”, diz Márcio Astrini, da campanha de Amazônia do Greenpeace.
Lição de casa – Como o decreto assinado pelo presidente Lula na semana passada, prorrogando em mais dois anos o prazo para os proprietários rurais declararem suas reservas legais e anistia as multas de quem desmatou, o PL 6424 vai na contra-mão do que está sendo discutido na Convenção do Clima, em Copenhague.
“Enquanto o mundo discute o futuro do planeta, a bancada da motosserra mostra que não tem nenhum compromisso com o país nem com as próximas gerações”, afirma Astrini.

O PL Floresta Zero ataca novamente

Ligue para o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e peça a ele para não deixar seu partido colocar em votação o projeto de lei 6424, o Floresta Zero, apresentado pelo deputado Marcos Montes (DEM-MG)

O deputado Marcos Montes (DEM-MG), membro da bancada da motosserra na Câmara, manobra para por em votação na Comissão de Meio Ambiente na quarta-feira (15/12), o projeto de lei 6424, apelidado de Floresta Zero, que flexibiliza com o código florestal e  contribui para aumentar o desmatamento no país.

Ainda é tempo de fazer algo para impedir esse desastre. Ligue para o Deputado Rodrigo Maia, que é presidente do partido do Marcos Montes e se diz contrário ao desmatamento e diga a ele para não deixar seu partido colocar o PL 6424 em votação. Os números são:

(61) 3215-5308 - Gabinete do Deputado na Câmara
(61) 3311-4305 - Diretório Nacional do Democratas - Presidência
(21) 3269-7260 - Escritório Político do Deputado Rodrigo Maia.

Mande também um e-mail para o deputado: dep.rodrigomaia@camara.gov.br ou democratas25@democratas.org.br ou um mande um tweet para twitter.com/deprodrigomaia

No clima do COP

Amanhã, dia 12 dezembro é o Dia da Ação Global.

No mundo todo ocorrerão manifestações para pedir aos nossos governantes mais ação pelo clima.

E claro, não estaremos de fora! Voluntários no Brasil farão atividades e a nossa vai acontecer na Ponta Negra a partir das 16:00.

Pecuária responde por metade das emissões do Brasil

 

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Metade do que o Brasil emite de gases-estufa tem relação com a criação de gado. O dado saiu de um estudo feito por Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.

Na conta entram as emissões que vêm diretas dos animais - “arrotos” cheios de metano - e a área desmatada que vira pasto na Amazônia (75% do que é derrubado) e no cerrado (56,5%).

Os números serão apresentados na COP15 no sábado e publicados em uma revista científica.

Finalmente, um texto de acordo para a #COP15

Saiu hoje a primeira proposta oficial para um acordo entre os quase 200 países participantes da Conferência do Clima. Fruto de uma madrugada de trabalho de Michael Zammit Cutajar, presidente do grupo que pensa ações em longo prazo, e do negociador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, ele traz um pouco mais de estrutura ao que deve sair da COP15.

Entre os pontos, destacam-se:

- Limite do aquecimento global entre 1,5ºC e 2ºC;
- Corte de pelo menos metade das emissões de gases-estufa até 2050 - mas que pode chegar a 95%;
- Países em desenvolvimento devem reduzir suas emissões entre 15% e 30% até 2020, em relação ao que emitiriam se nada fosse feito.

O texto é bastante elástico, com muitas lacunas que precisam ser preenchidas até o fim da conferência, na semana que vem. É um caminho, pelo menos, a ser seguido pelos líderes de Estado, que começam a chegar nos próximos dias em Copenhague.

Caso Dorothy: sentença original do pistoleiro é mantida

O pistoleiro Rayfran das Neves Sales, réu confesso do assassinato da missionária Dorothy Stang, voltou hoje ao banco dos réus no Fórum Criminal de Belém para ser julgado pela quarta vez. No entanto, logo no início da sessão, a defesa de Rayfran pediu a suspensão do julgamento, que foi aceita pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, presidente do 2º Tribunal de Júri da capital paraense. Com isso, fica valendo a sentença do primeiro julgamento, ocorrido em dezembro de 2005, que o condenou a 27 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado.

A manutenção da sentença de Rayfran ocorre no dia em que se comemora a Declaração Universal dos Direitos Humanos e coincide com o último prêmio de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA) recebido por irmã Dorothy dois meses antes de sua morte.

Irmã Dorothy foi assassinada com seis tiros em fevereiro de 2005, em Anapu, no sudoeste do Pará. No dia 10 de dezembro, os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista foram julgados e condenados a 27 e 17 anos de prisão, respectivamente. Amair Feijoli da Cunha, o Tato, que intermediou o crime, foi condenado e cumpre pena de 18 anos.

Como o período de reclusão foi superior a 20 anos, a legislação penal, na época, permitia um novo julgamento para Rayfran. Em 2007, o pistoleiro mudou seu depoimento e negou ter sido contratado, afirmando que se sentia ameaçado pela missionária. Desde o início do processo, Rayfran já prestou 13 depoimentos, com diferentes versões para cada um.

A mudança no depoimento do pistoleiro beneficiou o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Souza, o Bida, um dos mandantes do crime. Bida foi absolvido, mas teve a decisão anulada pela Justiça. Em liberdade, Bida recorreu. O fazendeiro Regivaldo Pereira, o ‘Taradão’, acusado de ser o mandante do crime, ainda não foi julgado e continua em liberdade.

“Embora a família esteja satisfeita com este resultado, a justiça só estará feita quando os mandantes do crime, Bida e Taradão, estiverem atrás das grades”, disse David Stang, irmão de Dorothy, que chegou esta semana ao Brasil para acompanhar o julgamento. “Eu quero justiça para o caso da minha irmã”.

Nenhum mandante foi preso até hoje, agravando o clima de impunidade e violência na região. Uma das principais testemunhas contra Taradão no caso que investiga a grilagem de terras do Lote 55, em Anapu, sofreu um grave atentado no final de novembro. Três horas depois de receber uma intimação da Justiça para testemunhar no caso, Roniery Bezerra Lopes, ex-funcionário de Taradão, foi baleado com seis tiros. Socorrido, ele passa bem.

Com a decisão de hoje, a defesa aguarda, agora, resposta da Vara de Execuções Penais ao pedido de remissão de pena. Ou seja, segundo o Código Penal vigente á época, Rayfran já está preso há quatro anos e, por seu ‘bom comportamento’, pode ser beneficiado com o regime semi-aberto. (!!!)

A advogada de defesa, Marilda Eunice Cantal, confirmou que Rayfran cometeu o crime ‘a mando de uma pessoa, mas não iria receber nenhum valor por isso’. Ela afirmou ainda que o crime foi motivado pela disputa de terras e que muitas ‘novidades’ serão reveladas nos julgamentos de Bida e Taradão.

Irmã Dorothy acreditava num futuro pacífico e sustentável e defendia como poucos o patrimônio nacional dos ataques de grileiros, além de lutar incansavelmente por uma forte presença do Estado na Amazônia. Há mais de 30 anos vivia na região da Transamazônica e dedicou quase metade de sua vida para dar voz às comunidades rurais, defendendo o direito à terra e lutando por um modelo de desenvolvimento sem destruição da floresta.

Ponto para os ruralistas

Lula vai mesmo prorrogar a entrada em vigor do decreto 6514, que finalmente regulamentava, depois de 44 anos, as punições previstas para crimes ambientais pelo Código Florestal Brasileiro. O decreto, que obrigava a averbação definitiva de reservas legais e áreas de proteção permanente em propriedades rurais e estabelecia o reconhecimento por parte dos fazendeiros de seus passivos ambientais, está adiado por mais 18 meses.

O presidente cedeu primeiro a realidade. Assim como os governos que o antecederam, Lula criou uma exigência legal sem dar ao próprio Estado meios de implementá-la. Desde que o decreto foi lancado, em julho do ano passado, seu governo não tomou uma providência – como estímulos para a adesão de fazendeiros e investimentos em estrutura de fiscalização –  para garantir que o decreto seria respeitado. E se ao longo do próximo ano ele continuar a não fazer nada neste sentido, quando chegar a nova data de entrada em vigor do decreto, ela provavelmente terá que ser, mais uma vez, adiado. No Brasil, toda a vez que se adia uma solução para o passado, a única certeza que se tem é que ele se reproduzirá no futuro.

Essa situação permitiu que Lula, com o adiamento, também fizesse um carinho na bancada da motosserra, parte de sua base aliada. Ela nunca gostou desse decreto. De quebra, o presidente deu razão ao deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), estrela fulgurante do ruralismo, que disse esta semana na Câmara que o Brasil não pode respeitar a sua lei ambiental senão ele quebra. Pelo raciocínio do deputado, os brasileiros que respeitam a legislação e o meio ambiente estão jogando contra o patrimônio nacional.

Mais uma hidrelétrica na Amazônia

Com o adiamento da licitação da hidrelétrica de Belo Monte para 2010, o Ibama concedeu hoje autorização para outro empreendimento na Amazônia,a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, no rio Jari, na divisa entre o Pará e o Amapá.

Com uma potência de 300 megawatts, potência suficiente para abastecer uma cidade de 1,5 milhão de habitantes, a usina de Santo Antônio do Jari, assim como a de Belo Monte, deverá abastecer principalmente as indústrias da região, no caso de Santo Antônio são as indústrias de celulose.O Estudo de Impacto Ambiental da hidrelétrica prevê o alagamento de 31,7 quilômetros quadrados para formação do lago da usina, área relativamente pequena.

Enquanto isso a licença de Belo Monte continua em análise pelos técnicos do Ibama  e tem previsão para sair em janeiro.

Na última terça-feira (1º), o diretor de licenciamento do instituto, Sebastião Custódio Pires, deixou o cargo e foi substituído por Pedro Bignelli.  A área de licenciamento têm sido alvo de pressões da área econômica do governo, principalmente com relação aos casos de empreendimentos energéticos.

Começou

Tic Tac

Agora o relógio já não marca quantos dias e quantas horas faltam para a COP-15.
A conferência começou hoje e na semana que vem, os líderes mundiais estarão lá, decidindo o que vai ser feito para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

E, para mostrar a eles que estamos de olho no que está acontecendo por lá, faremos uma manifestação no dia 12 de dezembro - Dia da Ação Global - dia em que o mundo todo promoverá ações com um recado direto para os participantes da COP: o planeta tem pressa e precisamos de soluções.

Participe conosco na Ponta Negra a partir das 16:00.
A concentração será no calçadão, passando os caixas eletrônicos.
Venha mandar ajudar a mandar uma mensagem para a delegação brasileira.


Salvar o Planeta: definitivamente é AGORA OU AGORA.

2009 – O Ano do Clima

Começamos com o navio “Arctic Sunrise” percorrendo a costa brasileira. Milhares de visitas e petições, dezenas de eventos, várias ações.

A 100 dias de Copenhague instalamos relógios que fazem a contagem resgressiva para Copenhague e fizemos um barulhaço em várias cidades, para acordar nossos líderes. A contagem está acabando.

Começamos a visitar escolas, levar informação para quem mais precisa.

Espalhamos os pedaços do banner gigante para que as pessoas pudessem mandar suas mensagens.

Fizemos uma semana de mobilização em oito capitais. Vacas, multas, energia solar, limpeza de praia, barulhaço, vagas vivas. Falamos com milhares de pessoas. Mais milhares de petições.

Repaginamos o site, para facilitar o acesso e melhorar a qualidade da informação, ferramenta fundamental de qualquer campanha.

Entramos em duas festas do Presidente Lula. Em Paris, quando ganhou um prêmio da Unesco, e em Brasília, quando inaugurou o Pré-Sal. Era necessário que ele prestasse mais atenção às mudanças do clima.

Criamos o “mães pelo clima”, para engajar e dar voz a pessoas que realmente se preocupam com o futuro do planeta. Mães, pais, tios, avós, famílias.

Fomos ao CCBB no dia em que o presidente chamou os ministros para começar a construir a posição brasileira. Estavamos lá com vacas, homem solar, tubarão e o nosso Lula, de malas prontas para Copenhague.

Recebemos o Lula em Estocolmo e Londres, para lembrá-lo mais uma vez das importância do Brasil na conferência do clima e pedir para que se comprometesse a ir para Copenhague.

Fizemos uma semana de alimentação pelo clima, lembrando as pessoas que o que elas comem pode ajudar a salvar o planeta.

Entregamos as milhares de petições que recolhemos ao longo do ano com nossas demandas de desmatamento zero, energias renováveis e áreas marinhas protegidas para o pessoal do Itamaraty, que é quem representa o país nas negociações internacionais.

Paramos a votação do desmantelamento do Código Florestal.

Espalhamos orelhões para que a população pudesse ligar para o Lula ou para a Embaixada Americana e deixar claras suas demandas sobre as mudanças de clima.

No dia de uma reunião de líderes da Amazônia, colocamos uma faixa no teatro amazonas, lembrando o Lula, Obama e Sarcozy que podem entrar para a história ao salvar o clima.

Em Portugal, cobramos a discussão sobre clima no Fórum Iberoamericano de presidentes.

Abrimos o maior banner ambiental do mundo em frente ao congresso brasileiro. 9.100 metros quadrados repletos com mais de 6000 assinaturas e pedidos de brasileiros engajados com o tema, além de uma mensagem clara para o presidente: “Lula, você pode fazer mais pelo clima”.

Tudo isso feito ao mesmo tempo em que analisamos toneladas e toneladas de textos e propostas políticas, participamos de dezenas de reuniões nacionais e internacionais, redigímos e buscamos apoio para diversas políticas nacionais e internacionais, preparamos estudos e relatórios, conversamos com o setor privado, discutimos posições conjuntas com a sociedade civíl e academia, atendemos a mídia, blogamos, twitamos, fizemos fotos, vídeos.

Tudo isso resultou em várias vitórias. O Brasil tem uma meta e ela esta inserida na também nova política nacional de clima. O Lula não só virá para Copenhague, como cobrou isso dos outros líderes. A discussão de clima ultrapassou a barreira ambiental e acadêmica. Agora todos os setores falam de clima. Milhares de estudantes aprenderam um pouco mais, assim como milhares de pessoas com quem conversamos ao longo do ano.

Tudo isso pode melhorar, mas estamos no caminho certo.

Agora chegamos em Copenhague. Mais um monte de coisas a fazer.

Falo por todo o time do Greenpeace Brasil que está aqui - ativistas, voluntários, comms, campaigners e diretores, que é uma honra descomunál poder representar a todos que neste ano fizeram parte disso tudo.

A você que trabalhou no escritório, na rua, no congresso, se pendurou, assinou a petição, o banner, assistiu as palestras, nos ouviu, leu, ligou, perguntou, muito obrigado. A você colaborador que torna tudo isso possível, voluntário que faz acontecer, pedestre e motorista que da um pouquinho do seu tempo para nós, muito obrigado. Vocês são a base da nossa força.

Temos 2 semanas para conseguir a maior vitória de todas. Um acordo ambicioso, justo e efetivo em Copenhague. Posso assegurar-lhes que o Greenpeace trabalhará incessantemente de Copenhague, São Paulo, Manaus e todos os nossos escritórios  para conseguir isso.

Ajude-nos a continuar nessa luta.

 

João Talocchi – Coordenador da Campanha de Clima do Greenpeace brasil

Os brasileiros mostram que se preocupam com as mudanças do clima

 

Em pesquisa feita pelo Pew Research Center, que ouviu 26 mil pessoas em 25 países – 800 delas no Brasil – mostra que os brasileiros são os mais preocupados com as mudanças climáticas e que, nova entre dez brasileiros mudariamhábitos para proteger o clima.

A pesquisa teve como objetivo medir a atitude de cidadãos em diversas partes do mundo em relação ao aquecimento global. Mais da metade da população da Argentina, França, Coréia do Sul, Índia, Turquia, Japão e México acreditam que o aquecimento global é um problema muito sério.

E no fim da lista estão os americanos e chineses, responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa que causam o aquecimento global.

A população de 23 dos 25 países pesquisados acredita que o governo e a sociedade devem fazer mais pelo planeta, mesmo que isso cause desemprego e perdas econômicas.

Os chineses surpreenderam mostrando que 88% da população se mostrou disposta a pagar mais pela energia se o objetivo fosse combater o aquecimento global. Outros 82% afirmaram que vale a pena abrir mão do crescimento ecômico para proteger o meio ambiente.

Entre os brasileiros, 79% concordaram em reduzir cresicmento e emprego, mas muto menos (48%) concordariam em pagar preços mais altos pela energia.

Obs: Crescimento ecônomico pode e deve ser aliado da preservação do planeta, um não anula o outro.

Greenpeace estende banner gigante em Brasília

O maior banner dos 38 anos da organização foi aberto hoje pela manhã, por 34 ativistas, sendo dois de Manaus.

O banner que mede 9 mil metros quadrados e pesa 1,5 tonelada é composto de 130 pedaços e fez parte das várias atividades de mobilização pública realizadas no segundo semestre.

Foram mais de 6 mil assinaturas coletadas em Manaus, Recife, Salvador, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, cada uma mandando uma mensagem direta ao presidente, exigindo maior comprometimento com o clima do planeta e o futuro dessa e das próximas gerações.

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"O governo deu um passo importante estabelecendo metas para levar para Copenhague, mas o presidente pode fazer muito mais", diz Sérgio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace.

"No Brasil, Lula tem condições de ampliar a proteção às florestas e aos oceanos. Em Copenhague, esperamos que ele trabalhe com afinco por um acordo global que ajude a afastar o perigo do aquecimento global."

Confira mais fotos na galeria do Greenpeace Brasil.

5 razões para ser otimista com o clima




Faltando 5 dias para a COP-15, o texto de Alexandre Mansur e Marcela Buscato mostram porque ainda vale ter esperanças.


    Salvar o mundo ou decepcionar o mundo. Essas parecem ser as únicas alternativas para a conferência do clima de dezembro, em Copenhague. O encontro, o mais aguardado da década para combater as mudanças climáticas, pode produzir um tratado abrangente para controlar o aquecimento global ou apenas entregar uma declaração política que encaminhe a negociação para o ano que vem. Qualquer que seja o resultado, as expectativas são exageradas: o futuro do planeta não depende exclusivamente do que sairá da conferência.


  Nos últimos dias, os preparativos para a conferência assumiram a forma de uma nuvem especulativa em torno de declarações dos chefes de Estado das nações mais poluentes – e decisivas – do mundo. Primeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que não havia mais tempo hábil para negociar um tratado definitivo antes do evento em Copenhague, batizado de COP15. Poucos dias depois, em uma nota conjunta com o presidente Hu Jintao, da China, anunciou que os dois países poderiam apresentar metas na conferência, dando novo ânimo para os que ainda acreditam que um pacto final seja possível antes do fim do ano.


   Os avisos de que Copenhague pode não resultar em um tratado definitivo são uma forma de desarmar as expectativas. “É uma estratégia para não gerar uma imagem de fracasso ao final da conferência e preservar o processo de negociação, que vai continuar de qualquer forma”, diz Marcus Frank, especialista em mudanças climáticas da consultoria McKinsey no Brasil. Ainda há tempo antes do fim de 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto. Os negociadores trabalham com a possibilidade de um encontro no meio do ano que vem para acelerar o processo.  Mesmo se Copenhague for apenas um ponto no lento e angustiante processo de negociação internacional, há bons motivos para acreditar que o mundo continuará caminhando para uma economia com menores emissões, capaz de evitar as piores consequências de um colapso do clima. A seguir, as cinco principais razões.


1. As energias renováveis fazem sentido econômico
  O investimento em fontes de energia renováveis se justifica por segurança, para reduzir a dependência dos países em relação ao petróleo e porque elas competem em preço. Em alguns lugares, a energia eólica já é mais barata que o gás natural. Por coincidência, essas fontes também reduzem a emissão de gases de efeito estufa. “Ninguém vai parar de investir em energias limpas”, diz Frank. “Com o reaquecimento econômico, o preço do barril deverá voltar a subir, premiando quem buscou alternativas. Além disso, a energia dos ventos gera de três a cinco vezes mais empregos do que a energia fóssil.”


2. A eficiência energética dá lucro
O movimento por eficiência energética está se acelerando e gerando dividendos financeiros. O melhor exemplo está nos Estados Unidos. “A Califórnia virou líder global em eficiência energética e redução nas emissões”, diz Noel Perry, investidor que se concentra em tecnologias inovadoras. “E isso nos ajudou a virar uma das maiores economias do mundo. Com um Produto Interno Bruto de US$ 1,8 trilhão, se fosse um país, a Califórnia seria a oitava economia do mundo, à frente do Brasil. Desde a crise do petróleo dos anos 70, a Califórnia criou leis de eficiência para construções, aparelhos domésticos e até aquecimento de piscina. Graças a isso, estima-se que economize, por ano, US$ 25 bilhões na conta de energia. Hoje, seu consumo per capita de energia é metade dos demais Estados americanos. A taxa de emissão de carbono também. Por seu peso econômico, e por sediar algumas das empresas mais inovadoras do mundo, como a Apple, o Google e a Hewlett-Packard, a eficiência californiana tende a influenciar o planeta.


3. Os consumidores estão cobrando
A necessidade de as empresas ganharem mercado é outro motivo para acreditar que, com ou sem acordo em Copenhague, a economia seguirá em direção a um modelo de menor emissão de carbono. Uma pesquisa da consultoria americana Delloite com 6 mil consumidores mostrou que 54% deles já levam em consideração os critérios ambientais na hora de escolher uma marca. Essa taxa só deve aumentar. “Há um tom de ouro no verde”, diz a conclusão da pesquisa. Dos clientes entrevistados, 95% afirmam que estão dispostos a comprar marcas que invistam em sustentabilidade, 63% dizem procurar por esses produtos, mas pouco mais de 20% acabam de fato comprando.


4. Os investidores preferem cortar emissões agora
As resseguradoras, espécie de seguradoras das seguradoras, são outras grandes interessadas em pressionar as empresas para diminuir suas emissões e evitar os piores impactos do aquecimento global. Elas já fizeram as contas de quanto custará ao mundo adiar a transição para uma economia de baixo carbono. Um estudo divulgado em setembro pela Swiss Re, a maior empresa de resseguros do mundo, diz que em 2030 os efeitos do aquecimento global custarão 19% da riqueza de cada país. Mas, se as empresas começarem a cortar suas emissões já, é possível evitar até 68% dessas perdas.


5. Leis locais estão exigindo a redução das emissões
Mesmo sem um acordo global, governos nacionais, estaduais e municipais já estão limitando as emissões. O Reino Unido tem a lei mais ambiciosa, que obriga o país a cortar 80% das emissões até 2050. Nos EUA, 25 dos 50 Estados já adotaram algum limite legal para as emissões. No Brasil, São Paulo anunciou um corte de 20% nas emissões até 2020, embora não tenha definido como fará isso. “Não há nenhum plano definitivo elaborado por um comitê central”, diz Oswaldo Lucon, assessor técnico da Secretaria de Meio Ambiente. “Vamos estudar agora com as outras secretarias e com as empresas do Estado como chegar a essa meta.”


Confira aqui o texto completo.